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Kit de sobrevivência: Como manter a calma diante da incerteza

Nos últimos dias, um comunicado da União Europeia orientando os cidadãos a armazenarem itens de emergência para três dias reacendeu o medo de uma possível guerra. Para quem já vive no exterior, longe da família e da rede de apoio que um dia chamou de lar, esse tipo de notícia pode trazer uma avalanche de emoções: ansiedade, insegurança e até uma sensação de impotência.

Se você sentiu o coração acelerar ao ler as manchetes ou se pegou imaginando os piores cenários, quero que respire fundo. Vamos conversar sobre como enfrentar esse momento com mais clareza e equilíbrio.

O medo é natural, mas não precisa te paralisar

Diante de eventos globais incertos, o medo é uma resposta automática do nosso cérebro. Ele nos alerta sobre possíveis ameaças e nos impulsiona a buscar segurança. O problema acontece quando esse medo se torna um estado constante, tirando nossa paz e nos impedindo de viver com serenidade.

Como imigrante, você já enfrentou grandes desafios: aprendeu a lidar com uma nova cultura, talvez tenha reconstruído sua carreira do zero, lidou com burocracias que pareciam impossíveis e superou momentos de solidão. Você é mais resiliente do que imagina.

O que estamos vivendo agora é mais um momento de incerteza, mas não significa que o pior vai acontecer. Muitas vezes, governos fazem recomendações preventivas para garantir que a população esteja preparada para cenários que podem nunca se concretizar. Isso não quer dizer que há uma ameaça imediata.

Informar-se com equilíbrio é essencial

Em tempos de crise, a maneira como consumimos informação impacta diretamente a nossa saúde mental. Se você passa o dia todo lendo notícias alarmantes, acompanhando redes sociais cheias de teorias e recebendo mensagens de familiares preocupados, seu sistema nervoso ficará em estado de alerta constante, aumentando a sua ansiedade.

Aqui estão algumas estratégias para lidar com isso:

✔ Escolha fontes confiáveis: Priorize veículos de imprensa sérios e evite cair em fake news que só estimulam a ansiedade.

✔ Estabeleça um limite para o consumo de notícias: Verificar uma ou duas vezes ao dia já é suficiente para se manter informada sem sobrecarregar sua mente.

✔ Cuidado com o efeito emocional das redes sociais: O medo coletivo pode criar uma bolha de pânico. Filtre o que lê e evite compartilhar conteúdos sensacionalistas.

O que está ao seu alcance?

Diante da incerteza, um dos maiores desafios é a sensação de falta de controle. Para combater isso, uma estratégia eficaz é focar no que você pode fazer no momento presente.

Se preparar com um pequeno kit de emergência — como sugerido pela União Europeia — não significa que algo grave vá acontecer, mas pode trazer uma sensação de segurança. Tenha o básico: água, alimentos não perecíveis, remédios essenciais, dinheiro e documentos organizados. Não se trata de viver em estado de alerta, mas sim de ter tranquilidade caso precise.

Além disso, fortalecer sua rede de apoio no país onde vive pode ser uma grande fonte de segurança emocional. Manter contato com amigos, conversar com outras imigrantes que compartilham suas preocupações e buscar suporte psicológico são formas de não carregar esse peso sozinha.

A importância do autocuidado emocional

Se você sente que a ansiedade tem aumentado nos últimos dias, volte para aquilo que te ancora. O que te traz conforto e segurança? Para algumas pessoas, pode ser praticar exercícios físicos, meditar, manter uma rotina estruturada ou simplesmente conversar com alguém de confiança.

Aqui estão algumas práticas que podem te ajudar a manter a calma:

✔ Respiração consciente: Sempre que sentir a ansiedade aumentar, faça respirações profundas e lentas. Isso ajuda a acalmar o sistema nervoso.

✔ Atividades que te conectam ao presente: Ler um livro, caminhar ao ar livre, ouvir músicas que te tragam paz — tudo isso ajuda a desviar o foco do medo.

✔ Lembre-se da sua força: Você já enfrentou desafios antes e encontrou caminhos para seguir. Confie na sua capacidade de adaptação.

O que essa experiência pode ensinar?

Se há algo que a vida fora do Brasil nos ensina, é que precisamos aprender a viver com a incerteza. Ser imigrante é, em muitos aspectos, um exercício contínuo de resiliência e flexibilidade.

A insegurança global pode mexer com nossas emoções, mas também pode nos lembrar do que realmente importa: estar conectadas com quem amamos, valorizar o presente e encontrar estabilidade dentro de nós mesmas, independentemente do que acontece lá fora.

Se você sente que precisa de mais apoio para lidar com essa fase, não hesite em buscar apoio emocional. A psicoterapia pode ser um espaço importante para elaborar seus medos e encontrar caminhos para viver com mais leveza.

No meio do turbilhão de informações e preocupações, não se esqueça: você não está sozinha. E, acima de tudo, você tem recursos internos para atravessar esse momento com coragem e equilíbrio.

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Qualidade de vida

6 sugestões para uma vida mais leve na Europa

Isso não é mais segredo para ninguém: imigrante que quer uma vida baseada na produtividade, em ganhar e juntar dinheiro, emigra para países como Estados Unidos, Japão e Austrália. Mas quem deseja qualidade de vida, o caminho não é outro: vem para a Europa.

Mas, por muito brasileiros que somos, às vezes fica difícil desacelerar, sair da lógica da produtividade tão presente no Brasil e se entregar àquela vida mais tranquila voltada para o bem-estar e para a família que é o cerne estrutural da Europa e é o que a maioria de nós desejamos e viemos buscar aqui.

Então, nesse impasse entre ter a possibilidade de viver com tranquilidade e leveza e não conseguir vivê-la porque não estamos acostumadas com isso, o que acontece? Conflitos internos, culpa, questionamentos, dúvidas, sofrimento…

Tem pessoas tão vidradas na produtividade que tem até dificuldade em relaxar e aproveitar o que a Europa tem a nos oferecer. O ideal é, claro, trabalhar isso em terapia e entender os seus motivos inconscientes para não conseguir aproveitar. Mas, enquanto esse dia não chega, te dou de presente seis sugestões para você tentar levar a sua vida com mais leveza:

  1. Manter o trabalho equilibrado com a vida pessoal: Na Europa, muitas pessoas valorizam o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. As pessoas costumam trabalhar um número limitado de horas por dia ou por semana e têm tempo para se dedicar a atividades fora do trabalho, como hobbies, esportes ou viagens.
  2. Ter uma rotina de autocuidado: Por aqui é super comum as pessoas dedicarem tempo para cuidar da mente e do corpo. Por isso, é costume fazer exercício regularmente, meditar, dormir o necessário e manter uma dieta saudável e equilibrada.
  3. Desenvolver uma conexão com a natureza: A Europa é rica em beleza natural, e as pessoas por aqui adoram desfrutar de passeios em meio à natureza. Fazer atividades junto à montanhas, praias, rios e florestas tem o potencial de revigorar as pessoas, principalmente na primavera e no verão. Entre as atividades mais realizadas, estão as caminhadas, camping, esportes aquáticos ou simplesmente apreciar a beleza natural junto de uma boa companhia.
  4. Aprender novas línguas e culturas: O continente europeu é diverso, rico em culturas e línguas diferentes. As pessoas por aqui valorizam a oportunidade de aprender novas línguas e culturas, o que pode levar a novas amizades, conhecimentos e perspectivas.
  5. Criar relações pessoais sólidas: As relações pessoais são muito fortes e valorizadas, e as pessoas costumam investir tempo em suas amizades e relacionamentos. Os europeus costumam sair para tomar café, jantar em família ou participar de atividades em grupo.
  6. Ter tempo para a família e os amigos: Essa é um desdobramento da anterior. A vida pode ser bem agitada, mas os europeus reconhecem que é fundamental ter tempo para as pessoas que são importantes para si. Por isso eles costumam dedicar tempo para seus entes queridos, socializar e criar memórias afetivas.

E aí, o que achou? Você já pratica alguma dessas sugestões para viver com mais leveza?