
No dia 30 de julho é comemorado o Dia Internacional da Amizade, data oficialmente estabelecida em 2011 pela Assembleia Geral da ONU para realçar a amizade entre povos, países, culturas e indivíduos, com a intenção de inspirar esforços de paz e construir pontes entre comunidades.
Para muitas imigrantes brasileiras que vivem na Europa, as amizades representam um pilar fundamental no processo de adaptação e bem-estar. Neste artigo vamos falar sobre como as amizades no exterior impactam positivamente a saúde mental das imigrantes, destacando a importância desses vínculos na construção de uma vida mais leve e feliz no exterior.
A importância das amizades para as imigrantes
Como você já sabe, a decisão de emigrar para outro país envolve uma série de desafios e adaptações. Lidar com a saudade da família, aprender um novo idioma, adaptar-se a uma cultura diferente e enfrentar preconceitos são apenas algumas das dificuldades enfrentadas por nós, imigrantes. Nesse contexto, as amizades se tornam uma rede de apoio mais do que essencial – são indispensáveis, pois ajudam a aliviar o peso emocional dessas mudanças e oferecem suporte prático e emocional. Além disso, as amizades no exterior podem desempenhar vários papéis importantes. Entre eles:
Suporte emocional: Ter amigos com quem compartilhar sentimentos, medos e alegrias é crucial para a saúde mental. Eles oferecem um ombro amigo nos momentos de dificuldade e estão conosco para celebrar conquistas e sucessos.
Integração social: Amizades locais ajudam na integração à nova cultura, ensinando costumes e tradições locais e facilitando a participação em eventos e atividades sociais.
Rede de apoio: Amigos podem fornecer informações valiosas sobre serviços locais, oportunidades de emprego e dicas práticas para a vida diária, como fazer compras e até lidar com a burocracia.
Redução do isolamento: A solidão é um dos principais fatores que afetam negativamente a saúde mental das imigrantes. Ter amigos diminui a sensação de isolamento e promove uma sensação de pertencimento.
Exemplos práticos de amizades impactando a vida das imigrantes
Mariana e o grupo de mães brasileiras em Lisboa
Mariana, uma brasileira de 35 anos, se mudou para Lisboa com seu marido e dois filhos pequenos. Inicialmente, ela se sentia perdida e solitária, especialmente enquanto o marido estava no trabalho e as crianças na escola. Foi então que ela descobriu um grupo de mães brasileiras que se reunia semanalmente em um parque local.
Essas reuniões se tornaram um ponto de virada para Mariana. Ela fez boas amizades, trocou experiências sobre a criação de filhos em um novo país e recebeu apoio emocional nos momentos em que se sentia mais vulnerável. As amizades que ela cultivou no grupo não só ajudaram na sua adaptação, mas também melhoraram significativamente sua saúde mental, lhe proporcionando um senso de comunidade e pertencimento.
Paula e a rede de profissionais em Berlim
Paula, uma engenheira de 29 anos, se mudou para Berlim em busca de novas oportunidades na carreira. No início, ela enfrentou dificuldades para se adaptar ao ambiente de trabalho e à cultura alemã. Foi através de uma rede de profissionais latinoamericanos que ela encontrou suporte. Os encontros mensais do grupo eram uma chance de compartilhar experiências, discutir desafios e comemorar conquistas.
Através dessas amizades, Paula encontrou mentores que a ajudaram a interagir melhor no mercado de trabalho local e desenvolveu um círculo de amigos que se tornaram sua família na Alemanha. O suporte emocional e profissional que ela recebeu dessas amizades teve um impacto positivo em sua autoestima e confiança, permitindo-lhe prosperar em seu novo ambiente.

Benefícios das amizades na saúde mental
Vários estudos – entre eles Cohen e Wills (1985); Brown e Harris (2002); Holt-Lunstad, Smith, Layton (2010); Cacioppo e Cacioppo (2012) – demonstram que as amizades têm um impacto significativo na saúde mental. Relacionamentos saudáveis e de apoio estão associados a níveis mais baixos de depressão, ansiedade e estresse. Além disso, amigos podem encorajar comportamentos saudáveis, como a prática de exercícios físicos e a busca por ajuda profissional quando necessário.
Para as imigrantes, as amizades podem ser ainda mais cruciais devido à multiplicidade de desafios enfrentados. A presença de amigos que compreendem as dificuldades da vida no exterior pode proporcionar um alívio emocional muito importante, ajudando a combater a sensação de isolamento e solidão.
Dicas para Cultivar Amizades no Exterior
Participe de grupos e comunidades: Procure grupos locais de brasileiros ou de interesses comuns, como clubes de leitura, grupos de mães ou associações profissionais (é importante não se limitar apenas às comunidades brasileiras. Conheça outros grupos e culturas também, assim você se adaptará melhor na sua vida no exterior).
Seja proativa: Não espere que os outros tomem a iniciativa. Convide colegas de trabalho ou conhecidos para um café ou uma atividade social.
Use redes sociais: Plataformas como Facebook, Instagram e apps de amizades podem ser ótimas ferramentas para encontrar eventos e grupos de amizades na sua cidade.
Seja aberta e receptiva: Esteja aberta a novas experiências e disposta a conhecer pessoas de diferentes culturas. A diversidade pode enriquecer suas amizades e proporcionar novas perspectivas.
Ofereça ajuda e apoio: As amizades são uma via de mão dupla. Esteja disponível para apoiar seus amigos nos momentos de necessidade.
E você? Que estratégias utiliza para fazer amizades?
Contribua nos comentários e ajude outras brasileiras a não se sentirem tão solitárias na Europa! 😉
4 respostas em “Amizades no exterior e o impacto na saúde mental das imigrantes brasileiras”
Acho fundamental, termos essa rede de apoio. Moro na França com meu filho, e me sinto sozinha aqui, justamente porque aqui não conheço quase ninguém.
Oi Maria, como você está? Mas que pecado você se sentir sozinha na França, com certeza isso faz com que a sua experiência por aí não seja tão legal! Quais são as suas estratégias para fazer amizades? O que você tem feito para se relacionar com outras pessoas? Me conta, quero te ajudar! 😊
Trabalho no Estoril – PT e folgo das 20:00hs só Sábado às 20:00hs só domingo. Me sinto sozinha mas não tenho tempo pra mim . Me sinto 😔
Oi Joci, como vai? Seu trabalho parece ser bem puxado para você folgar apenas 24h durante uma semana. Como você diz que não tem tempo para você, e se sente triste e sozinha, já pensou em buscar outras oportunidades de emprego que te permitam ter mais tempo para você e para socializar, e assim ser mais feliz?